Capitulo II
O Velho Ancião e a Antiga Lenda
Por algumas semanas o temível Ser não deu as caras no vilarejo, muitas hipóteses foram levantadas, algumas diziam que o bicho ficou com medo com os rumores de um ataque em massa, outros diziam que ele estava só esperando para um ataque surpresa, e o mais polemico de todos, disseram que ele talvez possuísse um dono, que estava em meio à comunidade, e seu dono não o soltou mais com medo de perder seu "bichinho de estimação". Quem falava a verdade, ninguém sabia, mas todos ainda estavam assustados com o que já havia acontecido e com o que poderia acontecer. Mas nem um deles sabia, o que o velho ancião sabia a lenda do animal que possuía metade homem e metade lobo, chamado assim Licantropo.
Quando todos resolveram se reunir novamente para tratar do que fazer, já que o monstro não aparecia mais, o ancião falou, contou a todos o que apenas ele conhecia, ou pelo menos, no que apenas ele acreditava, pois era uma lenda antiga, até mesmo a menor das crianças já ouviu algo sobre esta fera. Os homens mais velhos estavam sentados numa grande mesa, os mais jovens acomodavam-se no chão, as mulheres, algumas, estavam em pé com seus pequenos filhos no colo, outras sentadas em cadeiras mais afastadas da mesa. Todos se silenciaram e permaneceram imóveis enquanto o velho falava.
- Reza a lenda, que o oitavo filho homem precedido por sete filhas mulheres nascera amaldiçoado. Também o será se este filho for proveniente de um pai padre. - todos ficaram espantados - A criança nascera normal, com aspecto normal, porém, ao completar treze anos, a maldição abrira as portas e surtira efeito.
- E quem é esta criança? - Todos estavam se perguntado, e o velhote respondera.
- Difícil saber, a não ser que esteja junto a ela em sua transformação. Essa transformação é feita em toda a lua cheia, por isso que ele não apareceu mais, estamos na lua crescente, faltando alguns dias para que ela fique completamente a vista, isso acordara a fera e irá traze-la novamente, ai então, nossos pesadelos voltaram, e nossos medos iram nos sufocar. Já ouvi muitas histórias por longo dos meus muitos anos de vida, e a da fera dos olhos flamejantes foi a que mais sempre me surpreendeu, e eu, nunca imaginei que iria vivenciar ela.
O velho vendo o espanto no semblante de todos ali presentes, abriu um sorriso sarcástico, como que se ele não se importasse com o que poderia acontecer, seu ar era frio, isso deixava os ouvintes ainda com mais medo. Ainda sorrindo o velho encerrou: - Que Deus tenha piedade de vossas almas.
Daquela sala só se ouviam murmurinhos, o que o ancião contou causou muito receio entre os moradores. Quem poderia ser a tal fera? Ela estaria em meio aquelas pessoas escutando e estando ciente de tudo? Como agiriam partir de agora? Por alguns segundos o velho ficou ali, escutando o que falavam, e como uma sombra desapareceu em meio ao tumulto.
