quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O Outro Lado do Natal

Aqui rola a festa, comendo e bebendo com alegria em volta do cadáver, sim, ele está morto, peru também tem vida.

Aqui rola a festa, comendo e bebendo em volta do calor. Lá fora está frio, muitos a morrer sem nada para os esquentar.

Aqui rola a festa, comendo e bebendo com fartura em volta de muitos a desejar um pedaço de pão apenas.

Aqui rola a festa, comendo e bebendo em volta de aos muitos presentes, muitos por ai nunca souberam e nunca saberão o que é um presente.

Aqui rola a festa, comendo e bebendo ao lado de quem amamos e quem nos ama, quantos estão abandonados sem carinho, sem amor.

Aqui rolou a festa, comemos e bebemos com alegria, o peru morreu, o indigente também, o faminto já não jaz entre nós, morreu de fome. No abandono muitos continuam sem receber nenhum abraço, as crianças pobres continuam sem presente... e nem futuro!

Feliz Natal a este Nosso Mundo.

(Lauro Daniel)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Medo a Flor da Pele

Estávamos sentados no sofá assistindo televisão, eu, minha namorada e meu irmão. Falávamos sobre o fim do mundo, histórias de terror e de um apocalipse zumbi. Com ares sarcásticos, rindo e brincando quanto ao que faríamos que coisas do gênero realmente acontecesse. Já estava noite e havíamos apenas nós três em casa, também já se passavam alguns minutos da meia noite, mas nossos assuntos tornavam-se cada vez mais sombrios, parecíamos crianças querendo amedrontar o outro.

De súbito meus companheiros de sala emudeceram, ficaram estáticos e nem se quer faziam barulho para respirar. Sorri e disse que então deveríamos parar com a brincadeira, não queria que ninguém perdesse a noite de sono devido ao medo sem necessidade. Após alguns instantes, procuramos nos acomodar para descansar, eu e ela dormiríamos na sala, num colchão posto sobre o tapete, enquanto meu irmão rumaria ao quarto. Já postos a cama, cobertos e aquecidos, aquela na qual eu dividia o travesseiro comentou:

- Você não viu, não é? - Fiquei surpreso com a pergunta, pois de fato eu não sabia do que se tratava.

- O que eu não vi? - Indaguei, pois fiquei curioso a descobrir.

- O reflexo? No vidro? Era assustador. E de repente, desapareceu!

- Não se preocupe, era apenas a imaginação fértil de vocês dois, desculpe-me pelas palavras assombrosas, não era de minha intenção causar tanto espanto. Não há de que ter medo, durma sossegada, pois ainda estou sem sono, permanecerei acordado zelando por você.

Fui agradecido com o beijo leve e carinhoso no rosto, a partir daí, sentia-se apenas a sua respiração profunda. Ajeitei-me com a face voltada para cima, fiquei a observar a luz alaranjada que incandescia do aparelho de som no suporte das lampadas no ventilador de teto. Naquela sala haviam três portas, uma que dava para rua, uma para a cozinha, e outra que ia para o hall de entrada e corredor dos quartos. Da sala para o hall também havia uma janela, toda envidraçada, sem aberturas, apenas uma veneziana que permitia a infiltração dos raios luminosos que provinham da rua, pois a porta de entrada principal também continha vidraças. Tudo isso tornava aquele ambiente imerso em penunbra, não totalmente escuro a ponto de nada se ver, e nem claro o suficiente para detalharmos os objetos de decoração.

Ao nosso pé, ficou um corredor de aproximadamente um metro, até dar de encontro a lareira, e foi exatamente nesse corredor que meus olhos fitaram algo que gelou minha espinha. Era algo fora do comum, fora do padrão, fora de tudo. O ar ficou pesado, frio, meu coração apertou, parecia contraído a um terço de seu tamanho, meu pulso acelerou e minha respiração ficou ofegante. Tentei falar, perguntar, gritar, mas a minha vós amedrontada não ousou a sair. Emudecido, com o medo a flor da pele, sem reação alguma eu apenas assistia aquela massa obscura aos pés da cama. Com apenas movimentos leves, como se fosse uma respiração ofegante, a "coisa" não emitia som algum, ficou ali, parada, como se o meu medo saciasse algum desejo seu.

Não apenas minha vós, mas também as minhas forças abandonaram-me naquela hora, senti meus músculos tremerem, meu corpo começou a cansar-se, estava ficando difícil buscar o ar e levá-los até os meus pulmões. Como se levitasse, de uma forma tranquila, mas arrepiante, meu algoz moveu-se pondo-se ao lado do colchão, próximo a garota na qual prometi protege-lá. Os movimentos que fiz com a cabeça foram involuntários, segui seu corpo com meus olhos estalados. Eu tinha que fazer algo. Olhando de baixo, aquela massa obscura aparentava ter cerca de dois metros de altura. Minha cama era no chão, o que me tornava indefesso caso houvesse uma investida.

Encarei com olhar profundo aquela escuridão que não me dava sinal algum, minha companheira descansava em sono profundo, sorte por ela não estar presenciando tao fato que levou-me a tal instância de medo. Observando seu semblante, aparentemente nada se passava em seus sonhos, graças. Voltei minha atenção ao desconhecido, não demorou até ele então mover-se. Lento e demoradamente ele aproximava-se. Era como se consegui-se escutar o bater frenético do meu coração e quisesse escutá-lo centímetro a centímetro que se aproximava. Fechei e forcei meus olhos por dois segundo e nada mais, ao abrir, uma fumaça escura se dissipava pelo ar.

Foi quando eu acordei assustado. Meu coração ainda estava acelerado. Num segundo eu estava sentado na cama, e no outro eu estava levantando. Era um pesadelo. O ar havia voltado ao normal, meu subconsciente libertou minha fala e meus movimentos. Vistoriei minha amada e fundo de ver se estava tudo bem, seu sono pesado nem a deixou despertá-la. Levantei e conferi as portas. Tudo ok. Deitei e abracei o mais forte possível minha protegida, não demorou e finalmente peguei no sono. Desse pesadelo eu acordei, mas meu medo não fora um sonho, medo esse que não espero sentir novamente. 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Meu Número é 5!

Não sei por qual motivo, mas sempre tive uma grande amizade com o número 5. Na escola nunca fui o quinto da chamada (beirava os vinte e tantos),  nem era da quinta turma (era treze, vinte e três e trinta e três, tudo a ver), nunca sentei na quinta fileira na sala (a não ser que a ultima fosse a quinta), não gostava da aula de quinta que tinha inúmeros períodos de português, na educação física eu jogava com a camiseta dezesseis  Mas mesmo assim, esse número me fascinava.

Quando eu fiz cinco anos de vida, bom, eu não devo ter feito nada de muito interessante, pois se tivesse, eu talvez me recordaria. Aos quinze anos eu era um tonto que nem vale lembrar. Vinte e cinco? Esse ainda não cheguei.

Comecei a jogar com o pessoal do Fúria Jovem F.R., ai sim meu número começou a fazer parte de mim. Escolhi a camiseta número 5, mesmo jogando como goleiro. No salão, são cinco em quadra, o que me agrada muito.

Hoje, por curiosidade, é dia 5 do mês 10 (outubro), e acredite, faço 5 meses de namoro, por que no dia 5 do mês 5 (maio) a pessoa mais importante pra mim começou a oficialmente fazer parte da minha vida. É ou não é para mim adorar esse número?

Pois é isso mesmo, 5 meses que tenho ao meu lado a garota mais incrível que se pode imaginar, trazendo todos os dias, todos os motivos que tenho para sorrir. É de uma incrível maneira de como ela faz minha felicidade transbordar, de como ela consegue explorar todo o amor que sinto. Amo-a muito, de coração, com o mais sincero amor. Hoje são 5 meses, amanhã serão 5 anos, depois 50, bom, quem sabe? Mas se depender de mim, vamos chegar lá.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

20 de Setembro!

Dia 20 de Setembro, uma data em especial para os Gaúchos, na qual comemoramos a Revolução Farroupilha, onde demonstramos todo o nosso amor por essa terra tão amada.

Mas eu tenho um motivo a mais para comemorar, no dia 20 de Setembro uma pessoa muito especial para mim, a qual eu amo muito, estará completando mais um ano de vida. É com grande alegria e satisfação que estarei ao lado dela nessa data, sinto-me honrado em fazer parte dessa história e com muita certeza, ainda escreverei muitas linhas em sua homenagem.

Não meço palavras na tentativa de expressar meus sentimentos, quero ser o motivo de seus lábios sorrirem, da felicidade estampada em seu rosto, quero estar ao teu lado em todos os momentos, alegres e tristes, para rirmos e chorarmos juntos. Saibas que podes sempre contar comigo, nossa amor é fruto de uma grande amizade.

Sem mais deleito, deixo uma infinidade de beijos e abraços, desejando muitos anos de vida e muitas felicidades, e que tenhamos muitos 20 de Setembro para comemorarmos juntos. Te Amo muito!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Olá Pessoal!

Já se passam alguns meses que nada posto aqui, não por falta de vontade e nem por falta de inspiração, distanciei-me de algumas coisas por falta de tempo, tempo este que reservei e presei por outros afazeres julgados por mim mais importante. Mas o Meu Eu Aqui! nunca foi esquecido, pois este é o meu, digamos, diário e pretendo voltar a contar histórias e causos.

Por falar em histórias tenho algumas inacabadas, que o tempo não me permite terminá-las, postei alguns capítulos e praticamente abandonei, por sua vez preciso revê-las e reedita-las, torna-las mais apropriadas a leitura, mas isso como sempre leva tempo e este me é escaço.

Tenho postado no meu Facebook algumas imagens com frases de Bandas que eu curto pra caramba, músicas que tem o meu eu, pensei que seria interessante, então vou trazê-las para cá, postando aos poucos uma a uma. As fotos estão no mural da minha página, mas vou criar um álbum para elas ainda, já devia ter feito, mas não o fiz de preguiçoso mesmo.

Espero ir voltando aos poucos, escrevendo aos poucos e que vocês curtam e gostem, se possível compartilhem, curtam, twittem, divulguem essa página, cadastrem-se para receber minhas atualizações, quanto mais gente lendo o que escreve, mais vontade da de escrever. É isso ai, grande abraço.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Sabe?


Sabe, sábio, o passarinho
que se chama sabiá
ele canta com carinho
para o amor acordar

Com o bico, para a fêmea
passa o dia a cantar
passarinho, alma gêmea
sabe, sábio... o sabiá

No Despertar da Madrugada

Já se passavam algumas horas da madrugada, na minha cama eu permanecia imóvel mesmo tendo acordado sem motivo algum, não pretendia levantar, muito menos ver que horas eram, pois sabia que a luz do celular cegaria momentaneamente meus olhos, livrando-me do mínimo de sono que se pairava sobre mim. Minha mente voava longe, mil idéias e coisas que pretendia fazer para o outro dia. Como num reflexo movimentei minhas pernas quando senti que sobre minha cama subia algo. Pensei de súbito que poderia ser um dos meus gatos, dos tantos que tenho em casa, seguidas as vezes já os peguei tentando adentrar nas minha cobertas quentes e aconchegantes.
Após o movimento rápido não senti mais o pisotear leve do animal, mas percebia sua presença numa sombra ainda mais escura no meu raio de alcance ocular. Como não dei muita bola ao bichano, fiquei a pensar nos meus diversos deveres no dia que se aproxegava novamente. Quando realmente vislumbrei aquele borrão escuro debruçado sobre o prolongamento das minhas pernas estiradas sobre a cama, dei-me conta que ele lentamente se aproximava. Estranho, pensei por um momento, pois eu não estava sentido os passos dele tocarem sobre os lençóis, acreditei por fim que talvez o esperto felino estava minimizando seu peso para tentar aproximar-se despercebido. Como na minha primeira tentativa fora falha na expulsão do gato sobre as minhas cobertas, dei-me conta que assim que o mesmo chegasse mais perto, o pegaria de supetão e o escorraçaria dali com minhas próprias mãos, dando um fim a tal perspicácia animal. Quão insolente seria ele a tentar me enganar dando passos tão leves a fim de querer se aproximar do meu invólucro de algodão? Isso teria seu fim assim que chegasse perto o suficiente para acertá-lo.
Preparei então o braço para apenas um golpe, seria aquele que projetaria o bichano para o chão seguido de alguns xingamentos profanos para assustá-lo e tira-lo de vez do meu recinto. Ambos com movimentos leves preparados, eu para atacar, ele para adentrar, até o momento em que tive a oportunidade. ZUUUMPT!! Girei meu braço com tal velocidade que o vento sobre os meus ouvidos cantaram, entretanto, por puro pavor meu nada acertei. Impossível ele se tão rápido e ter se esquivado.
Pondo-me sentado sobre a cama fui a cata do meu celular, liguei a luz e me coloquei ao encontro do bendito gato, não encontrei vasculhando nos cantos, em baixo da cama e próximo a porta, que de costume estava fechada. Nada mais conseguia pensar, além daquele vulto que se aproximava e num piscar de olhos sumiu sem deixar rastro qualquer. Tudo que poderia me causar algum tipo de medo resolveu se acumular num único pensamento, me livrar daquela coisa era o que mais queria de antemão, agora com toda a certeza preciso livrar ela das minhas memórias para poder pregar os olhos para finalmente dormir e descansar para o dia seguinte. Cobri-me até o ultimo fio de cabelo, preparei minha única fonte de luz ao meu lado para que se ao pressentir qualquer movimentação, a minha primeira reação seria focá-lo com o forte irradiar luminoso. Após alguns minutos passados e escutando apenas o bater acelerado do meu coração, mantive-me mais calmo até que meu sono perdido voltou a me encontrar.


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*História baseada em fatos reais
Texto: Octávio Henrique Abbady
História: Carlos Eduardo Marciano Belizário

sexta-feira, 2 de março de 2012

Uma linda tarde de chuva!

Meu coração batia insanamente forte, eu nem sabia o que pensar direito, estava tudo tão confuso na minha cabeça, faltava apenas alguns minutos para mim realizar o meu maior sonho. Há tempos que vinha pensando e imaginando como seria no momento em que a encontraria, há tempos que esse desejo me contagiava e me fazia sentir medo de não saber o que fazer ou falar no momento.


O tempo demorou para passar, e quando passou já estava atrasado, ás pressas fui ao local marcado, por minha sorte ela ainda não havia chego. Medo! Foi o que senti na hora. Um por não ter pensando em algo para dizer a ela quando ela chegasse, pois acreditava que ela já estaria ali. Outro por pensar: "Será que ela desistiu?". De toda forma me coloquei a esperar, cada segunda que passava fazia meu coração bater mais acelerado. Até que finalmente me deparei que seu rosto angelical.

"Ai meu Deus!". Pensei na hora. Educadamente fui cumprimentá-la. Por dentro eu pulava e gritava euforicamente. Sua beleza era estonteante, meu coração palpitava a ponto de querer sair pela boca. Entretanto, com tanta gente naquela sala não sabia o que falar. Paralisei. Meus braços se cruzaram, minhas pernas se fixaram e minha boca se calou. Estava eu ali parada como um dois de paus. "Fala algumas coisa, fala alguma coisa", pensava eu sem saber o que falar. Por sorte seus olhos olharam os meus, seu sorriso arrancou de mim as poucas palavras que disse naquele recinto: "Vamos dar uma volta?" Agradeci incontáveis vezes naquele segundo a Deus pelo seu "Sim".

Estava chovendo, e logo pensei que iria atrapalhar tudo, são poucas as possibilidades de um primeiro encontro na chuva. Já dentro do carro dirigi até o local de destino, a sorveteria. Claro, com toda a certeza eu iria pagar toda a conta, apesar do dinheiro ter sido emprestado pelo meu irmão, me portei como um devido cavalheiro. Enquanto saboreávamos aquelas delicias conversávamos espontaneamente, o que pra mim era um alívio, depois de dias pensando no que, o que e quando falar alguma coisa que pudesse render algo e arrancar alguns sorrisos seu. Me sentia cada minuto mais feliz, apenas por ver os lábios daquele menina tão linda sorrirem, realmente era o meu maior presente do dia. Até o momento.

Como desejou, saímos em busca de um novo lugar para conversarmos. A chuva para variar não dava trégua. Para onde iríamos? Pensei. Sua palavras atingiram um tom tão doce quando disseste que queria um lugar sem movimento. Fiquei sem saber o que pensar por alguns segundos. Fui então em busca deste lugar, o qual não fazia ideia de onde ir. A indecisão de um libriano nato as vezes complica de verdade. Mas graças a minha incrível companhia a decisão foi tomada momentaneamente: "Entra nessa rua então".

Feito isso e com o carro já estacionado, voltamos a conversar e rir de certas bobagens. E como você já havia me surpreendido outras vezes, dessa vez também não foi diferente. Como um raio que caí, fazendo seu coração parar por alguns segundo, sem reação, sem saber o que fazer, você me beijou de uma forma tão incrível, que até hoje lembro a cena. Poucos segundos antes eu estava pensando em como tomar essa atitude, o que falar? o que fazer? será que deveria mesmo? será que ela também quer? Todas essas perguntas sumiram naquele momento. E o desejo de "quero mais" surgiu estrondosamente. Naquele momento eu tinha ganho o maior presente possível, e o qual eu nem imaginava que poderia receber. Foi realmente incrível.

A chuva já não era problema algum, por mim poderia descambar-lhe água por todos os lado. Aquela tarde chuvoso era tão linda partindo de um coração que não pensava em mais nada, além de você. O maior problema era apenas o tempo que se passava rápido, e infelizmente teria que leva-la embora. Deixando-a em casa, depois de uma despedida calorosa, sozinho no carro eu sentia-me como uma criança, tão feliz, mas tão feliz, que não sabia distinguir o real e o imaginário. Eu pensei muito nesses momentos, se realmente se realizariam, felizmente sim, agora eu só penso em te ver novamente. Quando? Eu ainda não sei. Mas irei esperar ansiosamente para repetir aquele momentos em que me faltou o ar.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Lembranças!

Ainda estávamos na rodovia, tudo continuava normal, era como qualquer outro dia que passei por ali, até mesmo a serviço quando ia para Porto Alegre, as árvores continuavam nos mesmo lugares, e as curvas com os mesmo graus de inclinação, tirando alguns prédios que antes via eles em construção, já estavam prontos, e outros que apareceram ali sem eu ver serem construídos. Quando estramos na estrada de chão, algumas memórias já começaram a vir a tona, a parada de ônibus, o botequinho. Passando pelas terras, cada lugar tinha uma lembrança, mesmo que vaga, mas alguma coisa já havia acontecido próximo aquele local.

Enfim chegamos, desci do carro, fui abrir a cancela, que quase sempre esteva aberta, olhando para todos os lados, vivi alguns segundos do meu passado. O carro entrou, fechei o portão, caminhei alguns metros até onde o estacionaram. A grama roçava nos meus pés que calçavam um chinelo de dedo. Ao fundo do terreno vieram os anfitriões nos receberem, sorrindo e dando boas vindas. Tratando-me como sempre foi, e que espero que sempre será. Os cães ainda me conheciam, fizeram algumas tentativas frustradas de subir no meu colo, fiz um carinho em cada dando um oi para eles.

Dentro da casa poucas coisas mudaram, alguns objetos a mais, ou em locais diferentes. Estava vivenciando algo que não esperava algum dia viver sozinho. Enquanto todos conversavam, falando sobre assuntos diversos nos quais eu dava minha humilde opinião em alguns momentos, fiquei lembrando alguns dos melhores momentos da minha vida. Tantos sorrisos e tantas lágrimas. Chimarrão não tomei, não gosto, mas o bolo estava ótimo. Fiz meu farelo básico para varear.

Quando estávamos indo embora, lembrei das tantas vezes que fiquei e assisti a partida da minha carona, dessa vez eu estava indo junto, dando um tchau para aquelas pessoas que tanto me acolheram. Foram muitos momentos maravilhosos que passei por lá, agora eu não faço nem ideia de quando retornarei, e se um dia retornar, como será? Sozinho novamente? Ou como era nas minhas memórias? Bom, até lá tem muita coisa para rolar, e como isso vai se resolver, só Deus sabe.